sábado, 14 de agosto de 2010

Pilha

Nem sempre o que foi postado é algo de agora, portanto não se assuste, falo isso a mim mesmo, porque acho que esse é o blog de dois leitores: J. & J., se algo que você leu não faz muito sentido (será que eu, um mero morador da quitinete “06”, do “Condomínio Xurupita da Liga da Justiça” tenho que escrever algo que se entenda?) ou não tenha muita importância agora, pode ser que no passado talvez também não tenha tido.
Tentarei lembrar coisas do passado que foram relevantes, positiva e negativamente em minha vida ou, que tenha presenciado, mas não colocarei em ordem, pois assim acho que perderá a graça.
Hoje li textos que me deram ânimo para escrever e, logo postarei algo especificamente sobre esse texto.
A noite caiu e não se machucou, tenho que ir agora, mas não antes de postar este.
Salamaleico!

Esse naco escrevi numa quarta-feira, 23 de setembro de 2009, 19:52:49 mais precisamente.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Café

O café sempre esteve presente em vários momentos, sejam eles bons ou ruins, mas de certa forma representa, de maneira geral, várias épocas que tirei lições boas.
Estava a pouco, lendo “O Segredo” e tomando um trago (você deve pensar: trago é só de bebida alcoólica, certo? Errado! É um “pedaço de bebida” qualquer como diria o próprio que vos escreve) de café e lembrei-me de quantas vezes um “pretinho” como esse, fez-me sentir melhor. Alias, não só a mim, mas aos que me cercavam em certas ocasiões também.
Desde muito, lembro da chaleira de quase “sinquo” litros (uma pena não ter mais o ‘print’ pra provar que não estou mentindo em relação ao ‘sinquo’) da casa da “Tia Rosa” (que Deus a tenha), que nos despertava muito cedo com o “som” daquele cheiro maravilhoso, moído a pouco e coado com muito carinho, carinho este presente no café de minhas avós e, também de Dona Cida.
Toda manhã em nossa casa, aquele aroma maravilhoso se juntava aos assovios de meu pai e a agilidade de minha mãe na cozinha e, pairava aquela maravilhosa sensação de que mais um dia se iniciava. Sem sombra de dúvidas o café de minha mãe é o melhor de todos. Meu pai tem preferência por certa marca de café, preferência esta que levei como legado e a conservo. Lembro de ouvir determinada vez meu pai exclamar: “Ah, não compra outro café não, deixa de ser muxiba!” Realmente ele tinha razão, aquele é o café.
O café esteve presente em minha infância, com a preocupação de minha mãe, para que não excedêssemos na quantia, passou por toda minha adolescência e está presente até hoje, em minha vida adulta.
Ao fazermos algum tipo de serviço em casa, seja com minha mãe ou com meu pai, um deles vinha com uma xícara e trazia um gole que desse para todos degustarem. O fato de poder compartilhar daquele momento é de grande valia para o contexto familiar. Estar junto dos teus e poder partilhar um gole de café é maravilhoso. Meu pai tem o costume de durante todo o dia, dar uma bicadinha no mesmo, sempre aos poucos, mas constantemente. Também segui isso e, já tive a atenção chamada em um determinado serviço por sempre estar bebericando um “pedacinho” de café a todo instante.
Até meus alunos já satirizaram uma vez, usufruindo do quadro branco, colocaram os bordões que costumo usar e, fazendo alusão a três marcas de cafés, mencionaram: “Juliano bebe todos!”
O café é um meio de amizade, unindo pessoas e conversas ao redor de uma garrafa. É combinado por conversas e até mesmo pela net, perguntado pelo msn: “ow mano veiu, bora fazer um café? Tem poh aí?” (El Loco - Pepe).
Leva-me a crer que sem o café, muita coisa não aconteceria, formas de reconhecer realmente uma amizade, como um sábado, onde dois amigos decidem coar um café, independente da casa de quem, pelo fato de não terem dinheiro pra sair (essa eu quero relatar em outra ocasião, de maneira mais detalhada), unem-se para degustarem o líquido e papear.
Independente do tipo de conversa, o café se enquadra em qualquer contexto, seja ele formal, numa conversa do trabalho ou num assunto da “fackul”, ou até mesmo numa troca de idéias.
O café me remete a lembrar de amigos de outrora, que ao tomarem o mesmo conosco, antes do início da aula, mencionou o fato de valer a pena todo o sacrifício que passamos no período de graduação, sacrifício este reclamado por mim nesta ocasião e, que foi ouvido atentamente, bradado pela voz de alguém bem mais experiente que eu: “pode ter certeza que o a recompensa vem Alemão, mesmo que você não a busque, ela vem”.
Após iniciar a escrita deste, fomos até um barzinho onde o “Sixtons”, banda de Cuiabá, faz um som todas as sextas e, neste dia contou com a participação de um guitarrista de nome Danilo, que cantou algo sobre o café. Sim, ele mesmo, o café, mas infelizmente não sei muito, só o que me lembro da letra é o que esbocei num bloco de pedidos do Joaquim, garçom da casa: “eu bebo um café, que é pra melhorar”. Não sei de quem é a música, deveria ter perguntado ao Danilo, quando o encontrei, fazendo outra participação em outro bar, um dia após ouvi-lo cantar essa música. E ainda na música, recordo-me de “curtametragem”: “Como qualquer curta-metragem, Brasil turismo, Amazônia, ciclo do café”, que por sinal tem assinatura de Humberto e de Augustinho.
Fico pasmo com tantas lembranças que um simples café me traz (espero não ter esquecido nenhum fato relevante), até das vezes que Jeff mencionava no messenger: “A Érika acabou de coar um café, você não ta afim?”. Esse tipo de frase era sempre acompanhado de um “**********”.
Finalizo este após um copo, acompanhado do Paulo, que só não pegou mais, porque com certeza iria derramar (provavelmente ele ficaria bravo, porém não sabe deste e, nem que o postarei).

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lucubração

Hoje é um dia em que eu penso muita coisa boa e ruim: penso que meu maior erro foi ter ido morar em MT, mas por outro lado vejo que um erro leva a outro e, sendo assim foi também um erro voltar (salvo pelo fato de estar perto das pessoas que eu amo, principalmente a Isa).

O aprendizado foi grande, se eu contar que me dei mal em muitos sentidos, entretanto vejo que me dei bem em outras. Fui agraciado em poder fazer parte do cotidiano de algumas pessoas e, o mais bacana de tudo: ser valorizado por isso.

Me da uma saudade imensa,quando me lembro do clube de esquina em especial, porque foi um local onde fui sozinho e sempre fui muito bem recebido. não me esqueço do ‘Joaquim’, garçom sangue bom e muito educado. Lembro-me de ter ficado um tempo sem aparecer por lá e, ao ser indagado por ‘Joaquim’ o porquê da demora, respondi: “é que nenhum amigo quer vir comigo” e ele rebateu na lata, ao mesmo tempo em que me abraçava: “cara, vem pra cá sozinho mesmo, aqui você também tem amigos”. De fato tinha mesmo, em pouco tempo já conhecia algum companheiro que era figurinha carimbada de lá e era cumprimentado. Mas deixemos o Clube de esquina de lado e vamos adiante.

Gostaria de me sentir melhor. Na realidade nem eu mesmo sei o que eu sinto (...você não sabe o que eu sinto, você não sabe quem eu sou, a gente entrou num labirinto, eu dancei, você dançou...). Como a cação mesmo diria, não me leve a sério, sendo assim, nem sei como continuar.

Isso ta completamente sem sentido, mas o que realmente faz sentido, se a gente fica se iludindo o tempo todo? Às vezes, percebo que gostaria de ser um músico famoso ou, sei lá, um jogador de futebol (mas nem disso eu gosto muito), então semana passada eu li que se tem uma vantagem quando se é escritor: você pode ir à padaria, sem que ninguém lhe aborreça. E o que é mais bacana de tudo: quando você fica velho, não existe nenhum inconveniente em seu desempenho, você só melhora.

Quando a cerveja acaba, com ela se vai a amizade. Minha cerveja acabou, então não irei escrever mais.

domingo, 1 de agosto de 2010

Polis I

...às vezes tudo que eu preciso é deixar de existir. Como isso deveria ser? Morrer? Talvez. Mas seria uma maneira estranha de encarar os problemas. Problemas? Eu não tenho problemas! Nunca os tive. Mas acho que eles me têm, e tem por completo, porque sempre que tento algo, algo acontece de uma maneira que eu não gostaria que acontecesse. Eu faço errado, certeza que faço. E, se não acontece do jeito que eu gostaria, não sou eu. Não sendo eu, tudo fica complicado. Eu sou muito complicado. Não sei como ainda tenho amigos. To com sono, mas se eu deitar, não conseguirei dormir. Amanhã tenho certeza de que estarei pregado. Quem se importa, não é mesmo? Essa é minha maneira de encarar as coisas. Seria o mesmo que dizer que “eu pago os meus pecados por ter acreditado, que só se vive uma vez” (sic)... Paguei, pago e ainda pagarei... Aliás, vivo pagando e, parece que não tem fim. Dívida. Não há necessidade de citar nada, está tudo aqui. Sei que algumas pessoas não conseguirão ver. Ah, tenho que mencionar que sou fã do Slash e que isso me torna diferente de vários... mas sinto que o que todos querem é igualdade: de pensamento, de atitudes e tudo o mais. Não sei realmente o que fazer, tentando ser diferente e ao mesmo tempo sendo igual, segundo me falaram. Isso aqui é muito ou vários, sei lá. Lá é a sexta nota né. (grandes merda)...
(...pensamento de um dia qualquer, de um tempo atrás, com ou sem noção...)

Minha primeira vez... no Clube de Esquina

Era sexta feira, estávamos em casa, sem nada pra fazer e então, Paulo me chamou para darmos umas voltas. Havia chegado há pouco em MT e não conhecia muita coisa, mas o que conhecera fora o suficiente para gostar. Cuiabá tem lugares fascinantes, porém não deixa de ter aquele aspecto de desdém em alguns locais, que toda cidade grande tem. Uma parte do “centro” um tanto feio diria, principalmente à noite, que é o momento certo para vermos as “desavenças”.
Saímos de VG, rodamos bastante e, como o calor era de matar (sem comentários, até cachorro na bunda sua...), estávamos de bermuda, camiseta e chinelo. Típico traje “Julianeiro” para toda e qualquer ocasião, exceto ir à igreja.
Num determinado ponto, passamos próximo a uma esquina que, uns cinquenta metros antes de alcançarmos, fiquei com os ouvidos atentos pelo estalo da caixa de bateria (nem sei o porquê de ter ficado atento a este som) sic.
Era inacreditável, o som nesse momento era nada menos que “T. N. T.” do AC/DC. Nem é preciso dizer que quase derrubei Paulo da moto para que parássemos. Amarramos os capacetes na moto e me lembro bem da expressão dele, em frente ao bar, dizendo que não nos encontrávamos em trajes para entrar num local onde só haviam pessoas “descoladas”. O local era perfeito e se tornaria meu reduto, principalmente as sextas.
O vocalista da banda já me chamou a atenção, com uma cabeleira ruiva que beirava a bunda, sempre de camiseta preta e carismático com todos, a ponto de cumprimentá-los sem distinção. O guitarrista foi um cara que passei a admirar, pelo simples fato de ele executar um solo muito idêntico do original, de coisas do Maiden, por exemplo, com aquele peso/melodia incríveis, sem sequer dar um passo ou expressar nada, a não ser o próprio som que exalava da guitarra que simplesmente falava por si.
Minha felicidade era nítida, porque me encontrava em um local que, do meu ponto de vista tocava a música de melhor qualidade da redondeza. Situavam-se lá, principalmente as sextas, muitas pessoas inteligentes. Lembro-me de uma ocasião em que me encontrava escorado ao balcão, de tão cheia que se encontrava a casa, e comecei a trocar ideia sobre literatura com uma moça. Num determinado instante da conversa, um gaucho (nos disse que era rio-grandense-do-sul tchê...) parou e comentou que a conversa era de qualidade. Fiquei ao mesmo tempo, contente e surpreso.
Pegamos uma “original” e ficamos em pé, vendo tudo e todos a nossa volta. Eu estava maravilhado com o som (e foi assim todas as vezes que ia lá), tinha muita coisa da velha guarda e, nesse dia me arrepiei quando começou a tocar “Doors”, era perfeito e o som da gaita era fenomenal. Naquele instante tive a certeza de ter encontrado o local perfeito para minhas noites, sobretudo as de sexta-feira. Além de escutar um som maneiro, via pessoas bacanas e inteligentes, e acima de tudo, era bem tratado, o que eu achava o máximo.
Durante as vezes que frequentei o bar, o que não foram poucas, vi somente um desentendimento de um cara com um garçom de nome “Joaquim”, por sinal o mais gente boa de lá. Tirando esse episódio, estávamos o tempo todo rodeados de pessoas cabeludas (homens) barbudos e tabuados, que se por algum acaso trombassem em você, o incidente era acompanhado de um “foi mal, cara”. Realmente não tinha como não gostar do lugar.
Logo na segunda cerveja, Paulo parou e disse que não queria mais. Depois, ainda tomei mais duas, enquanto ele saiu e ficou debruçado nos joelhos, sentado do outro lado da rua, ao lado da moto.
Fiquei lá, trocando ideias com qualquer um que se disponibilizasse para um bate papo. Foi a noite dos “Thundercats” (rsrsrsrsrs), como diria o Paulo.
 Saímos de lá e eu mal sabia onde estávamos. Logo após isso, meu amigo entrou de férias e fiquei solto com sua moto. Adivinhem o primeiro local que fui? Exatamente ao Clube de Esquina, mas rodei no mínimo meia hora para encontrá-lo. Fiquei tão feliz que meu semblante me condenava. Parecia uma criança que ganhara um doce.
Logo que cheguei, fui muito bem recebido por “Joaquin” que em determinado tempo chamou-me pelo meu prenome, Antonio, e me ensinou como não errar mais para encontrar o bar.
O curioso foi uma vez que um tempo sem ir lá e, quando cheguei, fui indagado por Joaquim o porquê de fazer tanto tempo que não frequentava a casa e, ao responder que era pelo fato de não encontrar amigos para me acompanharem, levei logo uma na cara: pode vir sozinho cara, aqui você também tem amigos, pode ter certeza. Fiquei tão feliz de ouvir isso, que nem insistia muito com os amigos para irem.
Muito tempo depois, encontrei uns amigos que, junto comigo iam com mais frequência, tem até uma história de uma vez que encontramos o “Desfigurado”, mas essa deixarei para uma próxima ocasião.
A primeira vez a gente nunca esquece, nos faz lembrar várias outras vezes e, se o Paulo não tivesse me levado ao “Clube de Esquina” naquele dia, talvez até o descobriria, mas poderia levar algum tempo. Valeu Paulo.